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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Chega até 5 anos espera por aparelho auditivo

Com problemas na audição, 1,6 mil rio-pretenses aguardam para colocar ou substituir um aparelho auditivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A espera chega a cinco anos, segundo a Diretoria Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto. O Estado fornece apenas 27 equipamentos por mês. Com volume tão pequeno, seriam necessários quase cinco anos para zerar a fila sem que nenhum paciente novo procure o serviço. Porém, a durabilidade do aparelho é de cinco anos, portanto, após esse período é necessário trocá-lo. 

Para o coordenador da DRS, o otorrinolaringologista José Victor Maniglia, é preciso pelo menos dobrar o número de aparelhos fornecidos para dar conta da demanda. “O Hospital de Base coloca 125 aparelhos por mês, mas só 27 é para Rio Preto. A espera é muito grande, portanto estudamos ou aumentar o número de equipamentos fornecidos ou credenciar um outro serviço.” 

Em função da demanda, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) criou o “grupo de trabalho para avaliação discussão e deliberação: assistência e atendimento às pessoas com deficiência auditivas de Rio Preto”. Seis conselheiros vão avaliar, estudar, discutir e apresentar ao CMS parecer sobre o atendimento das pessoas com deficiências auditivas e apresentar propostas para por fim à fila. Uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde, DRS e CMS acontece amanhã para definir as medidas. 

Para o presidente do Gada, Júlio Caetano, autor do levantamento que identificou a fila de espera pelo aparelho auditivo que motivou a criação do grupo, é preciso um mutirão emergencial para resolver a questão no município. “Além disso, outra proposta é a da criação de uma comissão provisória de acompanhamento e avaliação da rede de reabilitação física, visual, auditiva e intelectual na atenção básica, média e de alta complexidade.” 

Difícil espera 

A dona de casa Maria Francisca Pereira dos Santos Barros, 54 anos, há dois anos aguarda por um aparelho auditivo para o ouvido esquerdo. Ela afirma que teve a audição prejudicada devido aos dez anos em que trabalhou como telefonista. “Usava o fone em um só ouvido, portanto agora quase não escuto do lado esquerdo”, afirmou. Maria Francisca diz que entrou na fila em 2010, mas que até agora não teve uma data definida. “Passei por especialista na rede pública, mas só fui informada de que tenho de aguardar. Não souberam nem me falar quanto tempo vai demorar”, disse. 

Indicação 

O aparelho auditivo é indicado para quem perdeu parcialmente a audição. Ele amplifica os sons e envia ao canal auditivo. Em Rio Preto, os pacientes podem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para solicitar o serviço. O município é quem regula o total de aparelhos disponibilizados pelo Estado. Os primeiros exames são feitos nas próprias unidades, Ambulatório Regional de Especialidade (ARE), Ielar ou Santa Casa. 

Para colocar o aparelho é necessário realizar um teste de audiometria que analisa o percentual de perda da audição. “Existem vários tipos de aparelhos, cada um indicado para a gravidade da surdez”, explica o otorrinolaringologista Luís Sérgio Raposo. O aparelho dura em média cinco anos. Após esse período é necessário trocá-lo. Já a bateria dura entre três e quinze dias, dependendo da qualidade do produto. “É preciso um acompanhamento frequente porque o aparelho tem as datas de revisão assim como um automóvel”, explicou o especialista.



Seriam necessários R$ 200 mil, diz DRS

Para dobrar o número de aparelhos auditivos fornecidos, o município precisa de verba mensal entre R$ 150 mil e R$ 200 mil, segundo José Victor Maniglia, coordenador da DRS-XV. O coordenador da DRS afirma que toda a verba disponibilizada pela União para realização do serviço dá apenas para implantar 125 equipamentos por mês, 27 deles em rio-pretenses e os demais em pacientes da região.

Em contrapartida, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antonio Cícero Araújo, afirma que o município tem capacidade técnica para atender ao menos 300 deficientes auditivos por mês. “Sabemos que o DRS pode fazer esse total, agora queremos saber porque só 125 são atendidos por mês”, disse. O presidente afirma que o objetivo, a partir de agora, é que o conselho acompanhe e consiga uma solução para as 1,6 mil pessoas na fila. “Temos uma reunião na sexta (amanhã) para saber como isso vai ser feito.”



Aumento

Para Maniglia, o que provocou o aumento da demanda foi a ampliação da capacidade de atendimento das UBSs.
“Temos mais profissionais para tratar dessa área, portanto identificamos mais pessoas que precisam do aparelho de amplificação. Agora vamos trabalhar para zerar essa fila”, afirmou o coordenador. 

Fonte:http://diarioweb.com.br

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